sábado, 29 de agosto de 2009

Reflexões sobre vida e morte

Já faz algum tempo que queria escrever sobre a morte do brasileiro Gabriel Buchmann, de 28 anos, que teve hipotermia quando escalava no monte Mulanje, no Maláui, na África, no início deste mês. No momento em que soube da notícia fiquei muito triste. Não o conhecia, nunca tinha ouvido falar nele até seu desaparecimento, mas me senti muito próxima ao saber de como ele escolheu viver seus dias: rodando pelo mundo, conhecendo culturas, pessoas, paisagens, desbravando o planeta. Exatamente o que comecei a fazer em 2006, quando larguei tudo e fui pra Londres, mas com um objetivo mais nobre que o meu: conhecer de perto a vida das pessoas pobres, coletar informações e vivência para o doutorado que ele começaria agora em setembro nos Estados Unidos.
Em um ano, Gabriel conheceu 26 países. E foi feliz. Ele morreu na penúltima parada, quando já estava tão perto de voltar pra casa. Sei lá, essas coisas mexem com a gente. Fazem lembrar do quanto a vida é frágil, do quanto ela pode se esvair a qualquer momento e, às vezes, justamente quando somos mais felizes. Isso só aumenta a minha ânsia de querer viver, de querer ver, de querer saber o que o mundo me reserva, de querer mergulhar fundo na vida, embora a rotina continue me mantendo com os pés no chão.
Não tenho medo de morrer. Tenho medo de morrer incompleta. Acho que Gabriel, onde quer que esteja agora, está em paz. Eu, por outro lado, ainda busco muita coisa e só tenho um medo verdadeiro: de que meu tempo se acabe antes de ver o que a vida me reserva.
Acho que essa vontade de ver o mundo está comigo desde muto pequena. Não foi à toa que escolhi ser jornalista quando ainda era criança e nunca pensei em ter outra profissão. Parando pra pensar, agora, acho que é isso mesmo. O Jornalismo foi meu primeiro mergulho no mundo. Foi ele que me levou a conhecer pessoas, realidades diferentes da minha, ainda bem jovem. E lá se vão mais de 12 anos. Isso sem falar na literatura que, antes do mergulho real viajando por aí, já me levava a todo o tipo de lugares.
Enfim, podia passar horas escrevendo e conversando sobre isso. Mas, não vou. Não agora. Afinal, enquanto estou parada aqui o mundo tá rodando.
Então, que esse post fique como minha homenagem ao Gabriel. E que ele descanse em paz!!! Abaixo, uma foto dele na África que estava no site G1:

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